8 de Agosto de 2016 (I)

"What on Earth are you supposed to be?"
WILD'S END, VOL. 1: FIRST LIGHT
Dan Abnett & I.N.J. Culbard
BOOM! Studios, 2015
160 págs., tetracromia, capa mole

Já vi Wild's End descrito várias vezes como um cruzamento entre "O Vento nos Salgueiros" e  "A Guerra dos Mundos" e, embora as personagens sejam efectivamente animais antropomorfizados e Wild's End relate uma invasão extraterrestre por criaturas insectóides, apresentar esta bd como meramente um híbrido das duas obras supracitadas é simplista e, francamente, preguiçoso.
Para já, Dan Abnett não é exactamente um novato nas lides da ficção científica, tem no seu currículo extenso um longo percurso na revista seminal britânica 2000 AD, já trabalhou para mais de uma dezena de editoras e nem vou referir as porradas (sim, porradas) de romances de ficção científica (prosa mesmo) debaixo do seu braço (teria que ser um braço extremamente longo, a sério). É ele, sem sombra de dúvida, o dínamo por detrás de Wild's End: em poucas páginas consegue criar personagens memoráveis, os diálogos são naturais e interessantes e a acção está bem compassada. Mais, os textos que acompanham a bd (excertos de diários, apontamentos jornalísticos, capítulos de livros de ficção científica de 3ª categoria) aprofundam o contexto e personalidade do elenco.
Por outro lado, temos I.N.J. Culbard, um autor de bd quase tão prolífico quanto Abnett, que num desenho mais simplificado que o seu habitual (nem por isso), premeia-nos com uma bd de leitura de compreensão fácil mas nem por isso telegrafada.
Carnificina à parte, Wild's End é um texto sobre pessoas normais em situações extraordinárias e sobre como ser humano (mesmo quando a Humanidade é representada por diferentes dos nossos colegas animais) em momentos de crise implica trabalhar em conjunto.

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